Representatividade: um erro que pode causar prejuízo

Em outubro de 2008, grande parte dos analistas de mercado projetava o Índice Bovespa – IBOVESPA em 100 mil pontos no final daquele ano. O IBOVESPA é um índice que retrata o comportamento dos principais papéis negociados na bolsa brasileira, a BM&FBovespa. É o valor atual, em moeda corrente, de uma carteira teórica de ações, refletindo as variações de seus preços e o impacto da distribuição dos proventos.

O clima à época era de euforia. Afinal, o Brasil tinha acabado de receber o selo de “investment grade” por parte de uma conceituada agência de rating. Era a senha que faltava para que grandes investidores institucionais de outros países pudessem alocar recursos no Brasil. Mas o que se viu na verdade foi a formação de um topo em 73.920 pontos. Depois disso, o índice começou a declinar até bater em 29.435 pontos, uma queda de mais de 60%. Era o início de uma das maiores crises financeiras que o mundo teve notícia.

Bem, essa história você já deve estar cansado de saber. O que quero chamar a atenção neste post é para um erro muito comum cometido por investidores inexperientes: o julgamento por representatividade.

A representatividade é um julgamento que as pessoas fazem a partir de modelos mentais de aproximação. Isso significa que elas decidem avaliando a probabilidade de ocorrência de um determinado evento em função da similaridade que apresentam com acontecimentos passados. Por esse tipo de tomada de decisão, se em 2008 o IBOVESPA atingiu a casa dos 73 mil pontos, então é provável que vá buscar esse nível novamente para, em seguida, superá-lo.

Para tornar a situação das pessoas que decidem dessa forma ainda mais perigosa, o mercado, que havia caído fortemente em 2008, se recuperou muito bem em 2009. Tudo levava a crer que a alta das ações levaria o IBOVESPA para a casa dos 73 mil e depois a superaria, rumo aos cobiçados 100 mil pontos.

A realidade, porém, é que após a recuperação ocorrida em 2009 o mercado começou a andar de lado, denominação utilizada quando não há uma tendência bem definida. Em maio de 2010 o IBOVESPA chegou aos 73.103 pontos, mas não teve força para alcançar o topo histórico e deslanchar, como ocorreu com os índices norte-americanos.

Assim sendo, muitas pessoas que compraram ações – especialmente de Vale e Petrobras, as principais blue chips do mercado brasileiro – imaginando que elas voltariam aos preços pré-crise (VALE5 = R$ 42,59 e PETR4 = R$ 41,20), acabaram ficando muito frustradas. No momento em que escrevo este post, VALE5 está cotada a R$ 21,75 e PETR4, a R$ 14,36. Ou seja: seis anos depois do topo dessas ações ainda há uma queda de 48,93% em VALE5 e 65,14% em PETR4.

Existem outros erros de julgamento que também podem acabar causando prejuízos aos investidores. É possível que falemos deles em outros posts no futuro. Mas, por enquanto, fique atento! Se você decidir investir parte de seus recursos em ações, procure fazê-lo com cuidado e, se sentir necessidade, busque ajuda de alguém com experiência. É muito importante você saber onde pisa.

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